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O PIX, novo sistema de pagamentos
instantâneos brasileiro, estreia nesta segunda-feira (16), com quase 30 milhões
de pessoas cadastradas. A tecnologia desenvolvida pelo Banco Central já está
disponível para clientes de 734 bancos, corretoras e instituições financeiras
que operam no país.
O principal objetivo do sistema é
aumentar a digitalização das transações financeiras no Brasil. Segundo o BC, a
adesão também ajudará a aumentar a competição no mercado financeiro e reduzir o
uso de papel moeda.
A expectativa do mercado é que o
sistema seja o grande substituto de DOCs e TEDs, por ser um sistema gratuito e
estar disponível a qualquer hora, sete dias por semana. Mas também servirá para
efetuar compras on e offline. Por ser instantâneo, as trocas devem ocorrer em
até 10 segundos.
Como o PIX funciona na prática
O efeito mais imediato do PIX é
em relação às transferências bancárias. Além de serem facilitadas, pela
praticidade de trocar dinheiro apenas com a chave do recebedor em mãos, a
velocidade e gratuidade da transação são diferenciais.
DOCs e TEDs só podem ser
realizadas em horário comercial, em dias de semana. Podem demorar até o dia
útil seguinte para serem concluídas. Já o PIX está disponível a qualquer
momento e termina a operação em até 10 segundos.
Mais adiante, será mais comum
pagar por compras com o novo sistema. Depois de um período de adaptação,
lojistas devem adotar o recurso também pela questão de velocidade da transação,
mas em especial pela redução de custos no negócio. As taxas cobradas de pessoas
jurídicas pelo uso do PIX serão menores do que operações com cartões de débito
e crédito tradicionais.
De acordo com Breno Lobo, chefe
da divisão no departamento de competição do BC, quase 70% das transações
financeiras são realizadas com dinheiro vivo no Brasil. Em um horizonte de 10
anos de funcionamento do PIX, a expectativa é que esse número diminua em 10
pontos percentuais.
O presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda que o PIX terá novas funcionalidades
pela frente, como cashback e pagamentos programados.
Quem pode usar o PIX
Todas as pessoas e empresas que
tiverem contas contas correntes em instituições financeiras do país.
De acordo com o Banco Central,
734 instituições terão o PIX disponível para toda a base de clientes a partir
desta segunda-feira (veja aqui a lista de participantes).
Outras 19 não realizaram todos os
testes durante o período de operação restrita e, portanto, retornaram à etapa
de homologação, não ofertando o PIX nesse momento.
"Até 15/11 já haviam sido
cadastradas mais de 71 milhões de chaves Pix e realizadas mais de 1 milhão e
900 mil transações entre instituições diferentes, com um montante financeiro
que passou de R$ 780 milhões", informou o BC.
Para as pessoas físicas, antes de
usar o serviço é preciso cadastrar uma Chave PIX - uma 'identificação' no sistema.
Usando o PIX
O usuário poderá fazer um PIX
quando for fazer uma transferência ou pagamento. Só é possível fazer um PIX
para outro usuário do sistema.
O uso poderá ser feito das
seguintes formas:
Pela "chave de
endereçamento" – e-mail, números de CPF ou CNPJ, número de celular ou
código de números e letras aleatório chamado EVP;
Por um link gerado pelo celular
ou;
Por leitura de QR Code.
O pagador poderá fazer a operação
inserindo a chave do recebedor, usando um link gerado pelo celular ou fazendo a
leitura de QR Code. No comércio, por exemplo, o vendedor poderá gerar um QR
Code, que o comprador vai 'ler' e pagar diretamente.
Por enquanto, os pagamentos
dependem de internet para serem realizados. Está prevista para 2021 uma forma
de pagamento offline. Futuramente também será implementado também o "saque
PIX", em que o recebedor poderá fazer saques em redes varejistas.
Segurança
Como a tecnologia é instantânea,
o Banco Central afirma que o PIX requer segurança redobrada para não ser
suscetível a fraudes.
Além de contar com o sistema de
segurança da própria entidade, em setembro o Banco Central revisou uma regra
sobre restituição de valores transferidos por suspeita de fraude. Se houver
algum comprovação de crime, será possível fazer reembolso sem autorização da
pessoa que recebeu o depósito.
O lançamento do sistema, no
entanto, foi usado por golpistas para roubar dados de clientes. Com o início do
cadastramento das chaves, ainda em outubro, os golpistas aproveitaram que
bancos e financeiras sugerem que os clientes registrem-se no serviço, para ter
acesso às contas das vítimas.
Fase de testes
No dia 3, o Banco Central iniciou
uma fase de testes para captar possíveis falhas antes da estreia do novo
sistema. Não foram encontradas vulnerabilidades graves e a expectativa é que a
inauguração ocorra sem percalços.
No período, as instituições
financeiras habilitadas puderam dar acesso ao PIX a até 5% dos clientes
cadastrados. Ao longo de quase duas semanas, até a última sexta-feira, foram
realizadas mais de 820 mil transações, que movimentaram R$ 320 milhões.
O BC não descarta que alguma
intercorrência possa acontecer nesta segunda-feira. Durante os testes, foram
identificados alguns problemas de conexão entre o sistema do BC e das
instituições financeiras — nada que inviabilize a utilização do PIX, segundo a
instituição.
"Quem eventualmente tiver
uma experiência que não for bem sucedida, tente de novo mais tarde. Espere um
dia para tentar novamente. As coisas vão se ajeitando com o decorrer do
tempo", disse Breno Lobo, do BC.
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