BBC -

O cenário é, de fato,
apocalíptico. Mas que fique claro: não é real. Ainda assim, só imaginar isso é
assustador.
A quantidade de energia liberada
por esse asteroide poderia alcançar o equivalente a até 53 bombas de Hiroshima.
Lançada pelos Estados Unidos contra o Império do Japão já no final da Segunda
Guerra Mundial, a bomba atômica tinha "apenas" 15 quilotoneladas.
Data marcada
A Rede Nacional de Alerta de
Asteroides (IAWN, na sigla em inglês) calculou que um asteroide poderia passar
muito perto da Terra em oito anos – mais precisamente no dia 29 de abril de 2027
– e estimou haver 10% de chance de o objeto destruir o planeta.
Diante dessa ameaça, cientistas
tiveram que correr para evitar uma catástrofe sem precedentes.
Calma. Como dissemos lá em cima,
todo esse panorama é fictício. Ele faz parte de um exercício que mobilizou, na
semana passada, astrônomos de diferentes partes do mundo.
A Conferência de Defesa
Planetária, convocada pela Academia Internacional de Astronáutica em
Washington, nos EUA, reuniu pesquisadores para simular como reagir ao cenário
fictício criado pela Nasa, a agência espacial americana.
Os especialistas tiveram que
elaborar estratégias preventivas para o caso de algum dia um asteroide se
aproximar, de forma real e perigosa, da Terra.
"Essa é uma ameaça que pode
acontecer, ainda que seja muito pouco provável", disse Paul Chodas,
diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra, da Nasa, (CNEOS, na
sigla em inglês), à rede americana NPR. Foi Chodas o responsável pelo
exercício.
"Nosso objetivo é seguir
todos os passos necessários", disse Chodas, referindo-se ao cenário real
de um asteroide se aproximando da Terra.
Missão: salvar o planeta
Segundo Chodas, o objetivo da
simulação era ajustar o sistema de tomada de decisões e encontrar a melhor
forma de enfrentar uma ameaça desse tipo.
Ainda que o prazo de oito anos
para tomar uma decisão assim pareça longo, Chodas adverte que, na realidade, é
muito pouco tempo.
Assuntos de defesa planetária,
explica Chodas, são muito diferentes de missões espaciais, em que pesquisadores
escolhem qual asteroide querem analisar. "É o asteroide que te
escolhe", disse Chodas, referindo-se à missão de evitar uma colisão com a
Terra.
O desafio dos astrônomos que se
reuniram em Washington era calcular com precisão as características do
asteroide e, a partir daí, propor medidas práticas.
Entre as possíveis estratégias
para salvar a Terra estavam desviar sua trajetória com uma nave espacial ou com
uma explosão nuclear.
De acordo com o CNEOS, o desafio
maior era desviar a rota do objeto sem parti-lo em pedaços, que poderiam cair
sobre a Terra.
Estamos em risco?
De acordo com a Nasa, diariamente
caem sobre a Terra cerca de 100 toneladas de material interplanetário. A
maioria desse material é pó liberado por cometas.
Contudo, a cada 10 mil anos em
média, existe a possibilidade de que asteroides com mais de 100 metros atinjam
a Terra e causem desastres localizados ou ondas capazes de inundar zonas
costeiras.
A Nasa também estima que uma vez
em "vários milhares de anos" um asteroide com mais de 1 km poderia se
chocar com o nosso planeta.
Se isso acontecesse, a violência
do impacto lançaria escombros para a atmosfera. Isso causaria chuva ácida,
bloquearia parcialmente a luz do sol e, depois de algum tempo, essas rochas
voltariam a cair em chamas sobre a Terra.
A tecnologia atual já permite
identificar um objeto que se aproxima do planeta com vários anos de
antecedência.
Mas, em todo caso, especialistas
dizem que ninguém deveria se preocupar demais com o impacto de um asteroide.
O CNEOS esclarece que, neste
momento, não se sabe de nenhum asteroide que tenha uma "probabilidade
significativa" de cair sobre a Terra nos próximos 100 anos.
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