Correio -
Ao final do ano ganhos
extras sempre surgem, no caso do 13º salário, por exemplo, mas junto deles há
também as despesas, que muitas vezes acabam fugindo do controle.
Porém,
algumas coisas permanecem iguais em todos os anos: euforia das comemorações, a
correria para encontrar o presente ideal para parentes e amigos e o sonho de
viajar, que podem ser comprometidos quando falta um planejamento das finanças.
Além de todas essas despesas, o ano novo sempre traz velhas
conhecidas, como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, entre outras. Por
isso, este é o momento ideal para fazer uma verdadeira “faxina” financeira no
orçamento, para poder diagnosticar a atual situação das suas contas e decidir o
que fazer no ano que vem.
Devido a isto, algumas coisas têm que ser levadas em
consideração. O especialista em educação financeira, Reinaldo Domingos, dá
algumas dicas:
Compras
No fim de ano as oportunidades de compra aumentam muito,
consequentemente o desejo e o risco de comprar por impulso também, portanto
antes de comprar, faça algumas perguntas para si mesmo: estou comprando por
necessidade real ou movido(a) por outro sentimento, como carência ou baixa
autoestima? Se não comprar isso hoje, o que acontecerá? Tenho dinheiro para
comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas? O acúmulo de
parcelas colocará em risco a realização dos sonhos que priorizei com a família?
Além disso, por mais que pareça difícil, com planejamento dá
para comprar à vista tudo aquilo que deseja. Quem poupa dinheiro e pesquisa o
melhor preço, paga menos e tem grandes chances de conseguir bons descontos.
Lembre-se, as prestações também são formas de endividamento.
Outro ponto a ser levado em consideração na hora das compras
de fim de ano é pedir descontos, pechinchar. Muitos têm vergonha de negociar,
mas não há problema nenhum em buscar o melhor preço. Se um produto custa mil
reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente à vista custará
de 10% a 20% menos.
13º salário
O 13º salário é uma renda-extra bastante esperada pelos
brasileiros, mas deve ser utilizado com sabedoria. Muitos utilizam o benefício
para cobrir o seu desequilíbrio financeiro e outros até recorrem aos bancos que
oferecem a antecipação desse recurso como uma forma de empréstimo, para
conseguir quitar dívidas ou amenizá-las.
Quem utiliza o 13º salário para esse fim combate apenas os
efeitos do endividamento, e não a causa. Com essa atitude, só estará
mascarando o real e verdadeiro problema, que é a ausência de educação
financeira em toda família. O pagamento das dívidas contraídas precisa ser
feito com o próprio salário, e se houver dificuldades é necessária uma redução
de gastos. Em todos esses anos de experiência, vejo que a grande maioria das
pessoas que estão nessa situação não respeita o seu próprio padrão de vida.
IPVA e IPTU
Dois dos gastos que mais desequilibram a vida financeira dos
brasileiros são o IPVA e o IPTU, mas não precisa ser assim. Não programar esses
pagamentos com antecedência é o maior erro.
Mas uma das dúvidas mais comuns em relação ao IPTU e ao IPVA
é sobre a condição de pagamento: é melhor pagar à vista ou a prazo? Antes de
ter essa resposta, é preciso saber em que situação financeira você se encontra:
endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou
segunda opção, dificilmente conseguirá fazer o pagamento à vista, restando o
caminho do parcelamento. Lembrando que se deve evitar ao máximo recorrer a
empréstimos, limites do cheque especial ou qualquer outra maneira de crédito do
mercado financeiro, pois isso apenas se tornaria uma bola de neve, devido aos
juros altíssimos cobrados.
Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável,
sendo investidor, recomendo, sem dúvida nenhuma que o pagamento seja feito à
vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU. Mas é
importante ficar atento aos compromissos futuros; muitas pessoas se deixam
levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem
pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e
conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as
outras?
Isso nos leva a outro importante aspecto da educação
financeira: ter uma reserva financeira, o que evita problemas como esse e nos
deixa mais seguros, em caso de imprevistos.
Planejamento é um dos preceitos fundamentais da educação
financeira, portanto o quanto antes começar, melhor. As contas de fim e início
de ano sempre irão existir, mas tendo em mente o quanto elas representam no
orçamento e se preparando com antecedência, elas podem deixar de ser vilãs e
assim você poderá ter uma vida financeira muito mais saudável e organizada.
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