O número de casos de dengue registrado em 2018, na Paraíba,
aumentou 181,1% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando o
período entre 1º de janeiro e 11 de novembro. A constatação, somada à
possibilidade de chuvas ocasionais que costumam atingir o Estado nesta época,
gerou maior preocupação à Secretaria de Estado de Saúde (SES). Este ano, as
arboviroses já mataram 19 pessoas, sendo 14 por dengue.
Por conta do risco de ampliar os números de casos e mortes, a SES solicitou aos
municípios o envio dos planos de contingência para combate às arboviroses –
dengue, zika e chikungunya – para 2019, e a manutenção das ações que ajudam a
diminuir a oferta de criadouros para o Aedes aegypti.
Em João Pessoa, por outro lado, houve redução no número de casos. Enquanto em
2017 foram 3.316 notificações, em 2018 foram 2.954. “Houve redução dos casos
este ano pouco acima de 10% em relação a 2017. Porém, esse dado ainda é
preliminar, passível de mudança”, ressaltou o gerente de Vigilância
Epidemiológica, Daniel Araújo.
O gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses da Capital, Nilton Guedes, afirmou
que a apreensão maior agora é com as chuvas de Verão, que começam em novembro e
se estendem até o final de maio. “É um período de muita preocupação. Temos uma
temperatura mais alta, umidade maior devido às chuvas de Verão e uma quantidade
de pequenos depósitos que surgem devido às chuvas”, observou.
LIRAa na Capital
O último Levantamento Rápido de Índices por Aedes aegypti (LIRAa), realizado na
primeiro quinzena de outubro, constatou que o índice de infestação em João
Pessoa não chega a 1%.
“O município foi dividido em 29 áreas e estamos em situação de baixo risco, com
índice de infestação abaixo de 1%. Estamos em situação de baixo risco, mas não
podemos diminuir os cuidados”, alertou Nilton Guedes.
Acúmulo de água da chuva
A Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses, de João Pessoa, tem chamado a
atenção para uma situação diferenciada no município. “A cidade é muito
arborizada e essas árvores, com a queda de folhas, causa m obstrução em calhas.
Com as chuvas de Verão, as folhas podem gerar obstrução no cano de escoamento
da água e formar criadouro. É um ponto que pedimos muita atenção. Isso é
prioridade”, ressaltou Nilton Guedes.
Ele observou que as lajes planas são preocupantes. “Nas guaritas de prédios,
por exemplo, as pessoas, por displicência, jogam copos do primeiro andar, que
ficam sobre as lajes planas e podem aumentar surgimento de focos”, acrescentou.
Os descartáveis, conforme o gerente, também podem se transformar em criadouros.
“Em João Pessoa temos uma boa oferta d’água. Não usamos muito tonéis, tanques e
sim caixas d’água com vedação. Porém, tem que dar destino adequado aos
descartáveis”, ressaltou.
Outra situação que o gerente alerta é a atitude no setor de trabalho. “Em casa,
temos um controle, mas no trabalho, são muitas pessoas com conhecimentos
diferentes. Pedimos que nesses locais com mais movimentação humana, todos
preservem o local de trabalho, sejam num local fechado, sem numa construção,
cuide para não formar novos criadouros. O Ministério da Saúde sugere que a cada
sexta as pessoas tenham um olhar diferenciado para a questão da limpeza”,
completou.
Educação é carro-chefe
A ação específica do agente de saúde é a visitação domiciliar. Só ele, conforme
Nilton Guedes, tem a capacitação de aplicar inseticida quando necessário.
“Temos também um trabalho intenso, educativo, com palestras no Centro de
Controle de Zoonoses, em escolas, universidades. A educação é um carro-chefe”,
disse.
Tipo de vírus
Outra informação importante é o tipo de vírus que está circulando este ano.
“Como a dengue possui 4 tipos de vírus, e se em determinando período o vírus
circulante foi o do tipo 2, teremos várias pessoas imunes a esse vírus, uma vez
que podem ter contato anterior com este subtipo. No entanto, com a introdução
ou recirculação de outro tipo viral, a exemplo do dengue tipo 4, teremos um
maior número de pessoas susceptíveis”, analisou Daniel Araújo, gerente da
Vigilância Epidemiológica de João Pessoa. “Logo, a combinação de anos
favoráveis a reprodução descontrolada do vetor e (re)introdução de um tipo
vírus (seja subtipo do dengue, chikungunya ou zika vírus), teremos anos
epidêmicos”, emendou.
Atuação
O Ministério da Saúde informou que a união entre governo e população é a melhor
forma de derrotar o mosquito, e que desde setembro vem trabalhando junto a
Estados e municípios para que os governos de transição mantenham as ações
contra o Aedes o ano inteiro.
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