
O Ministério da Integração Nacional informou ao Portal
Correio que a vazão da transposição do São Francisco para o açude Epitácio
Pessoa, em Boqueirão, está normal. A Agência Executiva de Gestão das Águas nega
essa informação e enquanto o impasse não é esclarecido, o reservatório que
abastece Campina Grande segue perdendo volume. Entenda a situação, mais
abaixo.
Conforme nota do Ministério da Integração (MI), não há
nenhum problema no funcionamento das bombas e equipamentos do Projeto de
Integração do Rio São Francisco. “O bombeamento do eixo leste está normal
e pequenas pausas ocorrem apenas quando o fornecimento de água no Rio Paraíba
atinge o volume solicitado pelo Ministério Público Estadual da Paraíba”.
De acordo com a Pasta, o volume médio de água liberado por
dia pelo eixo leste (eixo que leva água para Boqueirão) é de 2 mil litros por
segundo, o que, segundo o MI, é considerada suficiente para atendimento do
estado pelo órgão fiscalizador.
“É importante esclarecer que o Governo Federal tem arcado
financeiramente com todos os custos do sistema do eixo leste, que desde março
de 2017 vem atendendo mais de um milhão de pessoas na Paraíba e em Pernambuco.
Esse trecho possibilitou, por exemplo, o fim do racionamento na Região
Metropolitana de Campina Grande e evitou o colapso hídrico dessas localidades.
Os dois estados já beneficiados não têm tido nenhum ônus pelo recebimento das
águas do Projeto, que está em fase de pré-operação”, disse o Ministério da
Integração, finalizando a nota.
O Portal Correio voltou a questionar o Ministério
da Integração sobre a divergência de informações com a Aesa e a redução
contínua de volume no açude de Boqueirão. Por telefone, a assessoria da Pasta
reafirmou que a vazão está normal desde meados de setembro deste ano, mas que a
água depende da gravidade para percorrer o canal e pode não ter chegado ainda
ao açude de Boqueirão. Segundo a assessoria, não há uma estimativa de prazo
para que isso aconteça.
Aesa nega
O presidente da Aesa, João Fernandes, voltou a dizer que a
vazão da transposição para o açude de Boqueirão não é a mesma informada pelo
Ministério da Integração. Ele adiantou que vai fazer uma fiscalização em todo o
canal da obra para saber se há outro problema ainda não identificado, mas não
deu detalhes de como e quando vai desenvolver essa operação.
Entenda
Eixo leste: é o trecho da obra da transposição do São
Francisco que leva água para açudes do interior da Paraíba, como o Epitácio
Pessoa, em Boqueirão.
Boqueirão: O açude localizado nessa cidade do Cariri
abastece vários municípios da região, incluindo Campina Grande. Nesta
terça-feira (23), o reservatório continuava perdendo volume e registrou 26,51%
da capacidade. Isso significa que a água da transposição não está chegando ao
manancial.
Poções e Camalaú: Poções é um reservatório que fica na
região da cidade de Monteiro, no Cariri da Paraíba; Camalaú é outro, que fica
na cidade de mesmo nome, também no Cariri. Os dois passaram por obras nos
últimos meses e também recebem água da transposição. Para que essas obras
ocorressem, o bombeamento da água da transposição teve que ser suspenso, o que
impediu que outros açudes também a recebessem, como, por exemplo, o de
Boqueirão. As obras tiveram problemas e atrasos e ainda não foram concluídas.
Porém, conforme a Aesa, elas estão praticamente finalizadas e já não são mais
capazes de impedir o fluxo da água do São Francisco para outros reservatórios
do estado.
Vazão: é a quantidade de água bombeada do rio para os
canais da transposição. Ministério da Integração e Aesa entendem que a vazão
ideal para o eixo leste na Paraíba é de 2 a 3 mil litros por segundo. Enquanto
o Ministério diz que ela está normal, a Aesa afirma o contrário.
Rio Paraíba: O rio, que passa pela cidade de Monteiro,
recebe água dos canais da transposição e a leva para outros reservatórios da
Paraíba.
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