
O preso provisório mais antigo da Paraíba foi solto do
presídio do Róger, em João Pessoa, nesta quinta-feira (27).
Francisco das Chagas Vasconcelos de 58 anos, estava preso há
quase sete anos acusado do triplo homicídio dos finlandeses Pasi Kalervo
Kaartinen, 71 anos, da esposa dele, Riitta Marjatta Kaartinen, de 68, e a amiga
Sirpa Helena Tiihonen, de 60.
As vítimas foram encontradas mortas por trabalhadores em um
canavial às margens da PB-044, localizada entre o distrito de Taquara e o
município de Pitimbu, no Litoral Sul. O crime aconteceu em dezembro de 2011. O
outro acusado continua preso.
O advogado Roberto Nascimento, que faz a defesa do acusado,
explicou que acionou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) depois que o Tribunal
de Justiça da Paraíba (TJPB) negou diversos habeas corpus em favor de
Francisco.
“Acionamos o STJ defendendo o excesso de prazo legal e a
desfundamentação da decisão que manteve a preventiva dele. A quinta turma, por
unanimidade, deu um parecer favorável ao nosso pedido e expediu o alvará de soltura
de Vasconcelos. Ele estava preso há quase sete anos, era a prisão
provisória que mais durou na Paraíba e sem nenhuma testemunha. Apenas o sócio
dele na época que executou o crime disse que Vasconcelos estaria também
envolvido”, explicou o advogado, dizendo que o acusado vai cumprir algumas
medidas cautelares e aguardará o julgamento em liberdade.
“Justiça de Deus nunca falha. Passei quase sete anos ai
dentro sem ter participação nesse crime bárbaro. Durante esse tempo perdi de
ver minha neta nascer, minha família passando por necessidade, mas eu sempre
sabia que a justiça seria feita”, falou.
Entenda o caso
Os corpos dos três finlandeses foram encontrados em um
canavial no Litoral Sul da Paraíba, às margens da PB-044, no dia 3 de dezembro
de 2011 por trabalhadores da região. No dia 6, um comerciante de 51 anos foi
preso suspeito de participar do triplo homicídio.
Em seguida, foi preso em São Paulo um mecânico de 58 anos
suspeito de planejar o assassinato. Ele foi detido durante uma operação
conjunta com a Polícia Civil da Paraíba e foi levado para João Pessoa no dia
15.
Na época, a Polícia Civil informou que o suposto mentor do
triplo homicídio estava na casa de parentes no bairro de Mandaqui, na Zona
Norte da capital paulista, e já tinha tingido e cortado os cabelos. A tentativa
de disfarce teria como objetivo uma fuga do país.
Na casa do mecânico foram apreendidos dez cartões de
créditos das vítimas e ainda o veículo que teria sido utilizado para
transportar os corpos antes mesmo da prisão.
A Polícia explicou que ele estava com uma procuração que o
autorizava a vender a casa e ainda três terrenos do finlandês Pasi Kalervo
localizados na praia de Jacumã, no Litoral Sul da Paraíba.
Pelas investigações, o mecânico teria comprado a casa do
estrangeiro por R$ 290 mil, mas não teria pago a quantia para o finlandês.
Segundo relatos de testemunhas, os outros três terrenos de propriedade da
vítima teriam sido vendidos pelo suspeito, mas o dinheiro não teria sido
repassado.
Os familiares das vítimas informaram que Pasi Kalervo teria
retornado para o Brasil para solucionar a questão. O casal, juntamente com a
amiga, entrou no país no dia 20 de novembro. Eles costumavam passar temporadas
na Paraíba, fugindo do inverno europeu. Ainda segundo parentes, quando ele
vinha para o Brasil com a família ficava cerca de seis meses na casa de praia.
O crime foi classificado como triplo homicídio qualificado
com ocultação de cadáver. Pelas duas perícias realizadas na casa, o delegado
concluiu que provavelmente os três turistas foram assassinados dentro da
residência com vários tiros entre a noite do dia 30 de novembro e a madrugada do
dia 1º de dezembro, quando os vizinhos ouviram tiros.
O crime foi classificado como triplo homicídio qualificado
com ocultação de cadáver.
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