
A Paraíba registrou uma perda de R$ 2,4 bilhões, ou 4,13% do
Produto Interno Bruto (PIB) estadual em 2017, com relação à capacidade
produtiva do estado por conta das 2.245 pessoas mortas ou incapacitadas por
invalidez permanente por acidentes no trânsito. Os dados foram divulgados nessa
segunda-feira (14) pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), órgão
da Escola Nacional de Seguros.
O estudo tem como base os indicadores do Seguro de Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPvat) e também
aponta que houve um aumento de 44,2% entre a quantidade de pessoas mortas ou
incapacitadas por invalidez permanente entre os anos de 2016 (1.557) e 2017.
Em todo o Brasil, a violência do trânsito provocou um
impacto econômico de R$ 199 bilhões no ano passado, ou 3,04% do PIB nacional.
As perdas correspondem a acidentes que mataram 41,1 mil pessoas e deixaram 42
mil com invalidez permanente no país. Na comparação com 2016, o impacto foi
35,5% maior.
“O que mais chamou atenção é que o Brasil vinha de um
período de queda dos indicadores de violência no trânsito. Mas, nesse último
ano, os números dispararam, voltando ao cenário de 2015. E com características
muito preocupantes: 90,5% das vítimas estão na fase economicamente ativa e mais
de 74% dos acidentes envolvem motocicletas, fazendo com que 59% dos acidentados
sejam os próprios condutores”, contou a economista Natália Oliveira, do CPES,
coordenadora do estudo.
Ainda conforme o estudo, as motos são responsáveis pelo
maior número de acidentes no Brasil e também de vítimas, com 285.662 sinistros
no ano passado. Os homens respondem por 88% das indenizações por morte em
acidentes com motocicletas. No caso de acidentes de motos que resultaram em
sequelas permanentes, 79% das indenizações também foram para vítimas do sexo
masculino.
“Não se pode entender como normal haver dezenas de milhares
de mortes todo ano, por conta de acidentes no trânsito. Esta tragédia tem
várias causas, desde a conservação das estradas, à manutenção dos veículos, mas
é o comportamento dos condutores a componente de maior impacto. A não
obediência de normas básicas de trânsito, a agressividade ao dirigir e a
cultura da esperteza elevam o patamar desta verdadeira epidemia, o que pode
espelhar um padrão de sociabilidade, no caso, dos brasileiros”, afirmou o
diretor de Ensino Superior da Escola Nacional de Seguros, Mario Pinto.
Leia mais notícias em diariodocurimatau.com, siga
nossas páginas no Facebook, no Twitter, Instagram e veja
nossos vídeos no Youtube.
Você também pode enviar informações à Redação do Jornal Diário do Curimataú
pelo WhatsApp (83) 9 8820-0713.