Vítima de violência psicológica tem BO negado pela Delegacia da Mulher na Paraíba - Jornal Diário do Curimataú
Vítima de violência psicológica tem BO negado pela Delegacia da Mulher na Paraíba

Vítima de violência psicológica tem BO negado pela Delegacia da Mulher na Paraíba

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Portal Correio - 

Uma mulher de 28 anos foi vítima de violência psicológica nesta terça-feira (21), após um telefonema de um desconhecido. Segundo a vítima, um homem ligou para o seu celular, não se identificou e pediu para que ela ficasse calada. Depois, de acordo com a vítima, ficou se masturbando, do outro lado da linha. A vítima tentou fazer um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia da Mulher, no bairro do Geisel, na Zona Sul de João Pessoa, mas uma funcionária disse que o caso não poderia ser tratado ali.

A orientação, no entanto, contraria uma portaria do Governo do Estado, divulgada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 22 de maio de 2015, que dispõe sobre, dentre outras coisas, as competências das delegacias especializadas na Paraíba. De acordo com o artigo 4 da Portaria Nº 351, cabe às “Delegacias Especializadas da Mulher a apuração em toda a sua extensão das infrações penais que tenham como vítima a mulher, e que estejam relacionadas ao uso de violência doméstica ou familiar de natureza física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral”.

De acordo com a portaria, entende-se como violência psicológica “qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição de autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer meio que cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação”.

Após a abertura do BO ter sido negada na Delegacia da Mulher no Geisel, a vítima foi encaminhada para a Delegacia de Defraudações e Crimes Cibernéticos. Lá, um funcionário disse que o BO poderia ser registrado no local, mas aconselhou que a vítima procurasse uma delegacia perto de sua residência já que, segundo ele, o processo seria inevitavelmente redistribuído a esta unidade.

“(Segundo o funcionário da delegacia) eu deveria prestar queixa na delegacia responsável pelo meu bairro. Mas a escrivã me disse que se eu quisesse, faria o meu BO, só que iria demorar horrores para se resolver porque eles ainda iriam precisar distribuir o caso para a delegacia do meu bairro, e logo em seguida, me mostrou uma pilha em sua mesa: ‘aqui tem processo de 2017 ainda para ser redistribuído’.”, contou a vítima em uma postagem em seu perfil pessoal em uma rede social.

Após todo esse transtorno, a jovem foi a uma delegacia próxima ao local onde mora e conseguiu, mas o delegado de plantão não estava. A vítima voltou ao local na manhã desta quarta-feira (21) e, enfim, conseguiu registrar o BO. Contudo, não havia nenhum escrivão no local e a mulher não pôde dar seu depoimento oficial. A perspectiva é de que o depoimento seja realizado apenas no mês de abril.

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