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Uma babá que trabalhou na casa de Débora Rolim da Silva e Phelipe Douglas Alves, presos no sábado (3) suspeitos de espancarem e matarem a filha Emanuelly Aghata da Silva, de 5 anos, relatou à TV TEM que a menina era agredida constantemente.
Segundo ela, que prefere não se identificar, a mulher chegava até a colocar papel na boca da criança para que ela não gritasse.
"Um dia fui trabalhar e ela estava com o olho roxo. Porém, quando perguntei o que tinha acontecido, ela disse que tinha caído. Foi então que a irmã mais velha contou que a mãe havia enchido a boca dela [Emanuelly] com papel para que ela não gritasse e bateu com o guarda-chuva no olho dela", afirma.
A avó materna, Irene de Jesus, também afirma que chegou a presenciar as cenas de agressão e tentou cuidar da criança, mas não conseguiu pegar a guarda da neta.
“Um dia fui à casa deles e o pai [Phelipe] estava batendo nela durante o banho. Falei para pararem, mas me disseram: ‘tem que educar’. Ele estava batendo nela com cinto. Às vezes via marcas roxas nela [criança] e ela [Débora] dizia que a menina tinha caído, mas sempre suspeitei que fosse mentira. Até tentei pegar ela para criar, mas não consegui”, lamenta.
Denúncia
Como os hematomas não paravam de aparecer, a babá resolveu denunciar na Polícia Civil os pais por maus-tratos. Ela afirma que chegou a enviar vídeos e fotos comprovando as agressões ao Conselho Tutelar, postou nas redes sociais e registrou um boletim de ocorrência em janeiro de 2017.
No sábado (3), a Justiça decretou em audiência de custódia a prisão preventiva dos pais até o dia do julgamento, que ainda não tem data marcada.
Segundo a Polícia Civil, a mulher foi encaminhada à penitenciária em Votorantim e o homem foi levado para o Presídio II, em Itapetininga. Os dois já tinham passagens na polícia por suspeita de agressão e uso de drogas.
A polícia disse que objetos e aparelhos pessoais como celulares foram apreendidos e encaminhados para a perícia.
O corpo de Emanuelly foi velado na tarde deste domingo (4) no Cemitério de São João Batista, em Itapetininga. Durante o enterro, dezenas de pessoas foram até o cemitério prestar solidariedade à família.
O crime aconteceu na noite de sexta-feira (2), na casa onde o casal morava com outros dois filhos no Centro de Itapetininga.
Segundo a Polícia Civil, os pais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) durante a noite e disseram que a filha estava convulsionando, depois de uma queda.
A criança foi levada ao pronto-socorro da cidade em estado grave. A equipe médica verificou que a menina estava com diversos hematomas pelo corpo e chamaram a polícia.
Segundo a polícia, ao questionar os pais, eles alegaram que a criança costumava se machucar e, que neste dia, também havia caído da cama, o que teria provocado a convulsão.
Os médicos, no entanto, disseram à polícia que as lesões não condizem com a versão dos pais, de que ela se autolesionava. Diante disso, os pais foram encaminhados para a delegacia e, em seguida, presos, depois da audiência de custódia.
A mãe tem outros dois filhos, uma menina de 9 anos e um menino de 4. De acordo com o Conselho Tutelar, a menina foi entregue ao pai biológico, e o menino, levado a um abrigo de Itapetininga (SP).
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