
No próximo dia nove de março será inaugurado o Centro
Municipal da Mulher “Adriana de Oliveira Dantas”, único espaço destinado
exclusivamente às políticas públicas para as mulheres nas regiões do Seridó e
Curimataú da Paraíba.
O Centro Municipal da Mulher foi criado através da Lei nº
1.748, de 27 de dezembro de 2017 e constitui-se em uma meta de gestão do
“Governo da Participação”, eis que o prefeito Olivânio Dantas Remígio prioriza
medidas que combatam e atenuem as injustiças sociais, classistas e sexistas em
âmbito municipal, além de viabilizar, através da Secretaria de Assistência
Social, políticas públicas que deem visibilidade e proporcionem oportunidades
às minorias locais.
Keiles Lucena, secretária de Assistência Social, fala da
importância do novo espaço destinado à mulher no município, pontuando que “a
partir de agora, teremos um local adequado e específico para desenvolvermos
todas as políticas públicas voltadas às mulheres da cidade e do campo, pois
temos um vasto território em que centenas de mulheres precisam ser integradas
na rede de enfrentamento à violência contra as mesmas. Mas o Centro Municipal
da Mulher terá muito mais ações, será um espaço em que a mulher poderá ser bem
acolhida e onde receberá capacitação profissional, possibilitando assim a sua
independência financeira. Finalmente, a homenagem não poderia ser mais
apropriada, já que Adriana continua sendo exemplo de coragem e de resiliência
entre nós, é uma maneira de fortalecermos ainda mais a nossa luta diária para
tentarmos evitar crimes desta natureza em Picuí”.
Adriana Lucena, Coordenadora de Políticas Públicas para
Mulheres, ressalta que a criação do Centro facilitará o fortalecimento do
trabalho com as usuárias – trazendo para o espaço as mulheres da zona rural,
serviço praticamente inexistente no município; ela também explicitou a
necessidade de integração dos serviços da coordenação com o CREAS, objetivando
o fortalecimento da rede de proteção.
O Centro Municipal da Mulher “Adriana de Oliveira Dantas”
funcionará na Praça João Pessoa, 29 e será inaugurado no dia 09 de março, às
8h15, durante as festividades alusivas à “Semana da Mulher 2018” e de
Emancipação Política de Picuí.
QUEM FOI ADRIANA DE OLIVEIRA DANTAS
Adriana de Oliveira Dantas foi vítima de feminicídio em
Picuí, num dos crimes mais chocantes até então vivenciados na região. Ela tinha
uma forte atuação na vida social e política do município, trabalhando desde a
adolescência com o pai, o então vereador Ademar Dantas. Era casada com o
comerciante Francisco Chagas Silva, da vizinha cidade de Carnaúba dos Dantas e
mãe de André Dantas Silva, nascido em 2000. Em fins do ano de 2002, após não
mais suportar os maus-tratos e o ciúme excessivo por parte do marido,
decidiu-se pela separação, voltando a morar com o filho na casa dos pais,
enquanto o ex-marido passou a residir na casa de parentes em sua cidade natal.
Mas Francisco não aceitava a separação e acabou ceifando a vida da ex-mulher
porque, segundo suas palavras antes de cometer o crime, “se Adriana não for
minha, não será de mais ninguém”.
Adriana tinha apenas 25 anos quando foi brutalmente
assassinada pelo ex-marido. A sua história permanece vívida no imaginário
popular da cidade, além de ser lembrada na “Caminhada da Paz pelo Fim da
Violência Contra a Mulher”, que acontece todos os anos em Picuí, durante os “16
Dias de Ativismo”.
O CRIME
Por volta das oito horas do dia 27 de janeiro de 2003, a
cidade de Picuí viveu uma das suas piores tragédias, quando o comerciante
Francisco Chagas Silva assassinou a tiros a ex-mulher, Adriana de Oliveira
Dantas, e, em seguida, se suicidou. O crime aconteceu no interior do prédio que
abriga a Câmara Municipal de Picuí, onde Adriana trabalhava como secretária do
gabinete de seu pai, o então vereador Ademar Dantas.
O crime foi motivado por ciúmes, eis que Francisco não
aceitava a separação e teria telefonado para Adriana, momentos antes da
tragédia, pedindo a reconciliação. Em seguida, dirigiu-se ao local de trabalho
da ex-mulher para tentar conversar, mas quando chegou ao gabinete do pai dela,
ele começou a disparar. Adriana ainda tentou fugir para a cozinha do prédio,
mas foi alvejada nas costas por vários tiros. Em seguida, Francisco foi ao seu
carro, recarregou o revólver calibre 38, voltou para o interior da Câmara
Municipal e se suicidou com um tiro na cabeça. O assassinato teve repercussão
nacional.
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