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De acordo com Romeu Rufino, presidente da agência, os
aumentos da conta de energia devem ter comportamento semelhante aos autorizados
para os clientes fluminenses da Light e Enel Rio. Nesta semana, a Aneel
autorizou um aumento tarifário médio de 10,36% nas tarifas da Light, que atende
a cidade do Rio e outros 30 municípios do Estado. Na Enel Rio, que fornece
energia para Niterói e outras 66 cidades fluminenses, a alta, em média, foi de
21,04%.
A diferença entre os índices autorizados para cidades tão
próximas tem explicação. Na Light, houve reajuste ordinário, que é feito todos
os anos. Já para a Enel Rio foi realizada a revisão tarifária, processo que é
realizado de quatro em quatro anos para manter o equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos. Nas revisões, as empresas são reembolsadas
por investimentos feitos na expansão da rede e na melhoria dos serviços.
Segundo Rufino, os consumidores, de forma geral, devem
esperar comportamento semelhante ao verificado nos casos da Light e da Enel
Rio. Os reajustes anuais devem ser da ordem de 10%. É o caso de empresas como
Eletropaulo (São Paulo) e Copel (Paraná), por exemplo. Mas, para aqueles
atendidos pelo grupo de empresas que vão passar por revisão tarifária, a alta
deve ser de cerca de 20% – caso da Cemig (Minas), RGE Sul (Rio Grande do Sul) e
Energisa (em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), entre outras.
Gestão
Diversos fatores explicam o aumento, mas há uma avaliação de
que falhas cometidas na gestão do setor elétrico no passado têm causado impacto
nas tarifas até hoje. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),
Luiz Barroso, lembra que principalmente nos últimos anos da gestão Dilma
Rousseff foram realizados leilões para contratação de novas usinas e linhas em
nível bem acima do necessário, por conta da recessão. Segundo ele, somente no
ano passado o consumo de energia voltou aos patamares registrados em 2014.
“Perdemos três anos de crescimento por causa da recessão.
Parte desses custos da tarifa hoje serve para pagar reforços nos sistemas de
geração e transmissão que vieram para atender a um mercado que não se
concretizou”, afirmou Barroso.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia
(MME), Paulo Pedrosa, reconhece que o aumento tarifário desagrada à população,
mas reafirma que o governo não adotará nenhuma medida intervencionista para
maquiar os preços. “Já se enganou muito o consumidor a respeito do custo da
energia. Infelizmente, só agora a verdade apareceu”, afirmou.
Regional
Rufino, da Aneel, faz fortes críticas aos subsídios,
cobrados por meio de encargos setoriais. Os subsídios vão custar R$ 18 bilhões
neste ano, 30% mais que no ano passado, e serão integralmente pagos pelos
clientes. Isso significa que o consumidor residencial paga uma conta mais cara
para que seja possível oferecer descontos para agricultores, irrigantes,
produtores de carvão, geradores de energias renováveis, além de distribuidoras
no Norte, que utilizam termoelétricas a diesel e óleo combustível.
“Todas as empresas já estão condenadas a um aumento de 2,5
pontos porcentuais por conta dos encargos setoriais. Os subsídios não param de
crescer e já têm peso de 20% nas tarifas”, disse Rufino.
O presidente da Aneel destacou ainda que, além da seca, que
reduziu o uso de hidrelétricas e levou ao acionamento das termoelétricas, mais
caras, a decisão do governo Temer de cobrar bônus de outorga das usinas que
foram licitadas também elevou os custos de geração, pois as empresas que
compram os empreendimentos em leilão repassam essa cobrança à tarifa final. “Só
o leilão das usinas da Cemig teve impacto de 1 ponto porcentual nas tarifas.”
Pedrosa, do MME, admite que isso encarece as tarifas, mas
disse que parte do ganho vai gerar abatimentos futuros na conta de luz. Ele
destacou que a pasta enviou à Casa Civil um projeto de lei com o novo modelo do
setor elétrico, que busca resolver passivos do passado, reduzir o peso dos
subsídios e promover a competição e a eficiência no setor. Com informações do
Estadão Conteúdo.
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