Pescadores têm dificuldades financeiras após soda cáustica no Gramame - Jornal Diário do Curimataú
Pescadores têm dificuldades financeiras após soda cáustica no Gramame

Pescadores têm dificuldades financeiras após soda cáustica no Gramame

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Nenhum órgão de controle ou fiscalização do Meio Ambiente compareceu ao encontro organizado por ambientalistas e pessoas atingidas pela poluição do Rio Gramame. A reunião aconteceu na manhã desta sexta-feira (16), na Escola Viva Olho do Tempo (Evot), que fica no bairro de Gramame, na Zona Sul de João Pessoa.
Maria Sandra Sousa Paz, representante da comunidade quilombola que vive da pesca no Rio Gramame, reclamou da dificuldade de diálogo com órgãos públicos quando o assunto é prejuízos causados ao meio ambiente. Ela destacou que trabalhadores têm enfrentado dificuldade para garantir a subsistência. Atualmente, cerca de 340 famílias moram na comunidade, que tem 100 pescadores cadastrados.
“Com a suspensão da atividade, eles ficam sem ter como conseguir o dinheiro que garante a feira da semana. Eles pescam durante a semana e nos fins de semana fazem as compras. Agora, já vão completar duas semanas nessa situação. O pessoal está dependendo da ajuda financeira de amigos ou dos poucos familiares que não trabalham com a pesca”, lamentou Maria Sandra.
Ela lembrou também que esta não é a primeira vez que o Rio Gramame recebe produtos industriais e prejudicam a comunidade que tira seu sustento a partir dele. “São muitos anos de problemas e de luta, mas sem resposta efetiva das autoridades. O rio já sofre poluição por parte das indústrias. Pensamos que esse período de chuvas iria aliviar a situação, mas aí vem esse despejo de soda cáustica”, completou.
Além de afetar o comércio, o despejo de soda cáustica no rio prejudicou outras atividades da população ribeirinha. “As pessoas também usam a água para lazer, para lavar roupa e agora está tudo suspenso porque todo mundo tem medo do que esse produto pode causar à saúde humana”, disse Maria Sandra.
O presidente da Associação de Pescadores do Conde, Arionaldo de Sousa, também lamentou a poluição do Rio Gramame. “Visitei o local e pude ver muitos peixes mortos. E mais: urubus mortos porque se alimentaram dos peixes. Isso mostra a gravidade do problema”, disse.
Segundo a organização do evento, foram convidados representantes da Cagepa (responsável pelo desejo de soda cáustica nas águas do rio no último dia 9), Ibama, Secretaria do Meio Ambiente (Semam) e Ministério Público Federal (MPF). Os participantes da reunião esperavam que autoridades esclarecessem quais medidas serão tomadas para evitar mais impactos ambientais no rio.
A presidente da Associação Paraibana Amigos da Natureza (Apan), Paula Fracinete, declarou que a ausência de representantes desses órgãos “demonstra uma total irresponsabilidade com a proteção ao Meio Ambiente”. A opinião foi endossada por Ivanildo Santana, da Evot.
Na reunião, ambientalistas e pescadores pediram que a população assine uma petição pública no site ‘Salve o Gramame’, sob domínio da ONG Minha Jampa. As assinaturas serão usadas para cobrar atitudes de órgãos como o Ministério Público. Participaram também da reunião outros ambientalistas; o vereador de João Pessoa Tibério Limeira (PSB) e a deputada estadual Sandra Marrocos (PSB).
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