G1 -

As cirurgias duraram 15 minutos cada e foram consideradas de
sucesso, segundo os veterinários que participaram do procedimento feito em uma
clínica em São Paulo, no dia 20 de janeiro. Os peixes juntos chegam a custar
cerca de R$ 6 mil por ser de espécie rara de peixes-palhaço.
Um dos integrantes da equipe é o anestesista William Petroni
Leal, de Sorocaba (SP). Ele explica que a anestesia foi aplicada na musculatura
do peixe com o uso de uma seringa.
Já o anestésico geral local foi inserido nas brânquias do casal.
No dia da cirurgia, a fêmea pesava 9,5 gramas e o macho 3,9. Ele já estava há
uma semana sem se alimentar.
De acordo com o cirurgião-veterinário Alessandro Bijjeni, os
dois peixinhos apresentavam excesso de uma "massa" não identificada
no interior da boca.
Bijjeni suspeita que seja um odontoma, considerado um erro
embrionário, que pode ser causado por bactérias, vírus ou algum tipo de trauma
no local.
O cirurgião afirma que o caso não é raro, mas o anestesista
afirma que este tipo de cirurgia, que custa aproximadamente R$ 1,5 mil cada,
não é tão comum de ser feito na clínica. Tanto que esta foi a primeira vez que
o procedimento foi feito no local.
"Às vezes, os donos até procuram alguma ajuda, mas,
pela falta de profissionais que façam este tipo de cirurgia, desistem",
comenta William Leal.
Segundo ele, em outros países, como nos Estados Unidos, há
maior procura para esses casos, já que o mercado de animais silvestres por lá é
mais amplo.
A cirurgia
Durante a cirurgia, os peixes ficaram com uma sonda que
levava água para dentro do organismo e os mantinham oxigenados.
Após o procedimento, o casal ficou em observação por dois
dias em um "aquário-hospital", com água controlada e observação
clínica. Eles devem voltar para a casa nos próximos dias. O material retirado
do casal foi enviado a um laboratório para análise.
"O tumor estava crescendo há certo tempo e eles estavam
com muitas dificuldades para se alimentar”, diz o cirurgião.
O casal de peixes-palhaço pertence a um criadouro particular
de São José dos Campos (SP). "Levar os peixes ao veterinário é
normal", afirma Luciano Tadashi, dono dos peixes. Ele diz que há um ano
percebeu o crescimento do tumor.
"A partir do momento que alguém se propõe a cuidar de
um animal, precisa cuidar de verdade", diz o dono do casal de
peixes-palhaço.
Espécie em perigo
Na época do lançamento de Procurando Nemo, em 2003, a
procura por peixes-palhaço aumentou tanto que estudiosos afirmam que a espécie
foi localmente extinta em algumas regiões do sudeste da Ásia e da Tailândia.
Leia mais notícias em diariodocurimatau.com, siga nossas páginas no Facebook, no Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Youtube. Você também pode enviar informações à Redação do Jornal Diário do Curimataú pelo Whatsapp (83) 9 8820-0713.