A Tarde -

A gasolina mais cara do Brasil está na região Norte. Em
Tefé, no Amazonas, o preço médio é de R$ 4,941 por litro. Em Alenquer, no Pará,
chega a R$ 4,838. Para os paulistas, a gasolina mais cara é de Dracena (R$
4,196) e a mais barata fica em São José dos Campos (R$ 3,863).
A escalada do preço está relacionada à nova política de
ajustes da Petrobras, em vigor desde julho de 2017, quando a estatal anunciou
que as variações ocorreriam com mais frequência. Nesse período, os preços foram
reajustados 133 vezes. A mudança foi feita para dar agilidade aos reajustes e
acompanhar a volatilidade da taxa de câmbio e da cotação de petróleo. O barril
ficou 28% mais caro nesse período.
Quando se compara o preço da gasolina no País com o do
mercado norte-americano - de livre concorrência e sem nenhum tipo de política
de preços - percebe-se um ritmo diferente. Nos EUA, o combustível ficou cerca
de 7,6% mais caro quando o preço é convertido a reais.
Uma das explicações pode estar na sazonalidade. O período
comparado começa no verão - quando os combustíveis ficam mais caros nos EUA - e
termina em pleno inverno - quando os preços historicamente são mais baixos. Lá,
a gasolina custa, em média, US$ 2,639 o galão ou R$ 2,2576 por litro.
Para não colocar em cima do consumidor todo o peso da
volatilidade internacional do petróleo, especialistas sugerem um
"amortecedor de preços". Um dos mecanismos mais citados seria usar a
atual Cide (o tributo federal que incide sobre os combustíveis) como um
"colchão" para suportar a variação internacional, sem causar
instabilidade no preço praticado no Brasil. O tributo seria variável: quanto
maior o valor do litro, menor o porcentual da alíquota. E vice-versa.
"No Reino Unido, por exemplo, há certa estabilidade no
valor cobrado, pois a volatilidade é amortecida pelo tributo variável. Isso dá
mais estabilidade para o consumidor. A maior parte da Europa faz isso, e o
Japão também", defende o presidente da consultoria agrícola Datagro, Plínio
Nastari.
O diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE),
Adriano Pires, elogia a atual política de preços da Petrobras por acabar com a
"ficção econômica" praticada nos governos dos ex-presidentes Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff - que represaram os preços para conter a
inflação.
Pires defende, no entanto, o aprimoramento do sistema com a
adoção da Cide como imposto ambiental - que oneraria a gasolina em favor de
combustíveis mais limpos, como etanol - e também para corrigir externalidades -
como a variação do preço internacional dos combustíveis. "A próxima etapa
é rever a questão tributária. É preciso avançar na questão ambiental e na
volatilidade de preços."
A disparada da cotação do petróleo é resultado da maior
demanda e consequente diminuição dos estoques, já que a produção não cresceu no
mesmo ritmo, segundo o relatório da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep).
Mas nem todo esse aumento chegou às bombas. "De maneira
geral, o petróleo não é um bem consumido diretamente, mas utilizado para
produção de derivados. As negociações são realizadas com base nas cotações dos
próprios derivados e não na do petróleo", explica a Petrobrás em nota ao
Estadão/Broadcast.
A estatal reconhece que, no longo prazo, petróleo e derivados
têm comportamento semelhante, mas "no curto prazo podem ocorrer, e de fato
ocorrem, oscilações de diferentes magnitudes". As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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