Estadão -

A pesquisa do Vigitel é feita por meio de entrevista
telefônica, com a população das capitais brasileiras com idade igual ou
superior a 18 anos. Dados do trabalho com indicadores de 2016 divulgados
nesta segunda-feira, 17, mostram que a expansão da diabete, da
hipertensão, da obesidade e do sobrepeso se dá na população em geral, mas
de uma forma mais acentuada entre pessoas com menor escolaridade.
A diabete, por exemplo, afeta 16,5% da população com até
oito anos de estudo. Um indicador três vezes maior do que aquele apresentado
por pessoas que estudaram 12 anos ou mais: 4,6%. O mesmo acontece com a
hipertensão: 41,8% da população com até oito anos de estudo apresenta o
problema. Quase três vezes mais do que o indicador apresentado entre aqueles
com 12 anos de estudo ou mais : 15%.
O fenômeno também se repete com excesso de peso e com a
obesidade, mas em uma escala inferior. A pesquisa indica que 59,2% da população
com até oito anos de estudo está acima do peso. Entre os que estudaram 12 anos
ou mais, o porcentual é de 48,8%. Já na obesidade, 23,5% dos que estudaram até
oito anos apresentam o problema. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o
porcentual é de 14,9%
Com já se era esperado, a frequência dos quatro fatores de
risco para doenças cardiovasculares (obesidade, sobrepeso, hipertensão e diabete),
aumenta com o passar dos anos. O que o trabalho chama a atenção, no entanto, é
o que ocorre com obesidade. A prevalência do problema duplica a partir dos 25
anos.
Todos os problemas aumentaram de forma expressiva nos
últimos 10 anos. Entre 2010 e 2016, cresceu em 61,8% o número de pessoas
diagnosticadas com diabete. A obesidade teve uma expansão igualmente
preocupante: 60%, passando de 11,8% da população em 2006 para 18,9% em 2016. A
hipertensão, por sua vez, subiu 14,2% na década, passando de 22,5% para 25,7%
da população. Os indicadores relacionados a excesso de peso subiram 26,3% em
dez anos. Em 2006, 42,6% da população estava cima do peso. Hoje, já são 53,8%
O aumento dos indicadores pode em parte ser atribuído ao
aumento da idade da população. Mas os dados da pesquisa deixam claro que a
mudança de hábitos alimentares também está diretamente relacionada ao problema.
A começar pela redução do consumo regular de arroz e feijão. Em 2012, 74,2% da
população masculina entrevistada dizia consumir a combinação mais típica da
dieta brasileira em pelo menos 5 dias da semana. Bastaram quatro anos para esse
indicador cair para 67,9%. A boa notícia, no entanto, é que o consumo regular
de frutas e hortaliças apresentou uma leve elevação entre 2008 e 2016, passando
de 33% para 35,2%.
O maior consumo ocorreu entre mulheres. O grupo feminino
também apresentou uma redução do consumo regular de refrigerantes ou suco
artificial. Em 2016, 13,9% diziam ter esse hábito, ante 26,9% em 2007.
O trabalho da Vigitel mostra que o excesso de peso é mais
prevalente entre homens. A obesidade, por sua vez, apresenta indicadores
semelhantes: 19,6% entre o público feminino e 18,1%, entre o masculino. Já
diabete e hipertensão são mais prevalentes entre as mulheres. Entre as
entrevistas femininas, 9,9% disseram ter diabete, mais dos que os 7,8%
apontados pelos entrevistados masculinos. Entre as mulheres ouvidas, 27,5%
relataram ter hipertensão. Entre os homens, foram 23,6%.
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