BBC Brasil –

"Nos últimos anos, temos observado que a população mais
jovem está reduzindo o uso do preservativo", diz ela à BBC Brasil.
Mas é no Carnaval que as campanhas de prevenção se
intensificam. Até o fim da festa, peças publicitárias do governo estarão em
TVs, revistas e redes sociais propagando o slogan "No carnaval, use
camisinha - e viva essa grande festa!".
As campanhas miram, sobretudo, o alto número de pessoas no
Brasil que têm HIV mas ainda não sabem - aproximadamente 112 mil brasileiros -
e os cerca de 260 mil que vivem com o vírus mas ainda não se tratam, aumentando
o risco de propagação da doença.
Apesar de o principal foco continuar sendo a prevenção de
HIV/Aids, especialistas alertam para o risco de propagação de outras doenças,
como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C e, especialmente, sífilis.
Saiba mais sobre cada doença abaixo. Todas podem ser
evitadas com o uso do preservativo.
HIV/Aids
O vírus da imunodeficiência humana é o causador da Aids, que
ataca o sistema imunológico e derruba o sistema de defesa do organismo.
No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é considerada
estabilizada, mas vem avançando entre os mais jovens.
Na última década, o índice de contágio mais que dobrou entre
jovens de 15 a 19 anos, passando de 2,8 casos por 100 mil habitantes para 5,8
casos.
Também aumentou na faixa etária entre 20 a 24 anos, chegando
a 21,8 casos a cada 100 mil habitantes.
"Isso mostra que nossa população jovem está mais
vulnerável ao HIV e precisa acessar mais conhecimento e os serviços de saúde
para se testar", afirma a infectologista Brenda Hoagland, pesquisadora do
Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e AIDS do Instituto Nacional de
Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
"Como a nova geração não assistiu à epidemia quando o
HIV ainda não tinha tratamento, é possível que não tenha uma percepção sobre a
gravidade do HIV, o que aumenta nossa responsabilidade de informar sobre sobre
riscos e prevenção", acrescenta ela.
Atualmente, cerca de 827 mil pessoas vivem com o HIV no
país, e aproximadamente 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não o sabem.
O tratamento contínuo ao HIV pode controlar a doença,
garantir a sobrevida dos infectados e tornar o vírus indetectável (o que
equivale a prevenir a transmissão com uma segurança de 96%). Mas não pode
curá-la. O teste rápido costuma detectar a infecção cerca de 15 dias após o
contágio.
As campanhas costumam focar no uso da camisinha como método
de prevenção, mas é essencial conhecer também a proteção disponível para casos
de relação de risco desprotegidas, frisa Brenda - a chamada profilaxia
pós-exposição, ou PEP, um conjunto de medicamentos contra o HIV que devem ser
ingeridos por 28 dias no período imediatamente após o possível contágio.
"Se uma pessoa teve uma relação sexual desprotegida em
que suspeite de risco para o HIV, ela deve procurar um serviço de saúde até no
máximo 72 horas após a relação. Ou seja, se a camisinha rompeu ou deixou de ser
usada, a pessoa pode buscar o atendimento numa emergência e o serviço é
gratuito", ressalta a infectologista, acrescentando que quanto mais cedo
se inicia o tratamento dentro dessas 72 horas, maiores suas chances de
eficácia.
Sífilis
Transmitida pela bactéria Treponema pallidum, a infecção
apresenta diferentes estágios, do primário ao terciário, e tem maior potencial
de infecção nas duas primeiras fases, que costumam ocorrer até 40 dias após o
contágio. É transmitida por relações sexuais ou pode ser passada da gestante
para o bebê.
"A sífilis congênita, que é notificada compulsoriamente
no Ministério da Saúde, é transmitida de mãe para filho e teve aumento de quase
200% ao longo dos últimos dois anos", alerta a infectologista Brenda
Hoagland, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
Os sintomas são feridas na região genital (na fase primária)
e manchas no corpo que sugerem uma alergia (na fase secundária). O tratamento
da doença é gratuito na rede pública, feito com penicilina.
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