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Preso estão soltos e houve invasão de pavilhão, segundo a PM (Foto: Divulgação/PM) |
Os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande
Natal, se rebelaram na tarde deste sábado (14). Segundo o coordenador da
administ ração penitenciária, Zemilton Silva, a rebelião é "de grandes
proporções". Ele confirma mortes de detentos, mas ainda não sabe precisar
quantas.
O major Eduardo Franco, da comunicação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte,
disse que o motim começou por volta das 16h30 (de Natal) e houve invasão de
presos do pavilhão 1 no pavilhão 5, onde estão internos de uma facção criminosa
rival. Ainda não há confirmação de fuga. Alcaçuz é o maior presídio do estado.
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Presos se rebelaram na tarde deste sábado (14), em Alcaçuz (Foto: Divulgação/PM) |
Zemilton Silva disse ainda não saber se os presos dos outros
pavilhões também se rebelaram. O chamado pavilhão 5 é o presídio Rogério
Coutinho Madruga, que fica anexo à Alcaçuz, em Nísia
Floresta. Há separação entre presos de facções criminosas entre esses dois
presídios. A penitenciária de Alcaçuz tem cerca de 1150 presos e capacidade
para 620 detentos, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).
A repórter Michelle Rincon, da Inter TV Cabugi, está na
área externa de Alcaçuz. Ela informa que há fumaça na parte interna, barulhos
de tiros e de quebra-quebra no local.
A última rebelião em Alcaçuz foi registrada em novembro de 2015.
No dia daquele mês, houve quebra-quebra após a descoberta de um túnel escavado
a partir do pavilhão 2. “Assim que acabou a visita social, por volta das 15h,
os presos se amotinaram”, disse o secretário de Justiça da época, Cristiano
Feitosa.
No
ano passado, foram registradas 14 fugas de Alcaçuz. Mais de 100 presos
conseguiram escapar do presídio. A maioria deixou o presídio por meio de túneis
escavados a partir dos pavilhões ou por buracos abertos no pé do muro, sempre
sob uma guarita desativada ou sem vigilância.
Na segunda-feira (9), o Ministério da Justiça prorrogou por
mais 60 dias a presença da Força Nacional no Rio Grande do Norte. Os policiais
enviados pelo governo federal estão atuando no patrulhamento das ruas e podem
atuar na segurança do perímetro externo das unidades prisionais localizadas na
Grande Natal. A
Força Nacional chegou ao estado em março de 2015 durante a série de motins
iniciada no sistema prisional do estado.
A prorrogação
foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (9). O prazo
de apoio da Força Nacional de Segurança Pública ao Rio Grande do Norte ainda
poderá ser prorrogado caso haja necessidade.
Calamidade Pública
O sistema penitenciário potiguar entrou em calamidade
pública em março de 2015, logo após uma série de rebeliões em várias unidades
prisionais. Na ocasião, o governo pediu ajuda à Força Nacional. Para a
recuperação de 14 presídios (todos depredados durante os motins), foram gastos
mais de R$ 7 milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente
destruídas. Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os
presos circulam livremente dentro dos pavilhões.
Déficit carcerário
Segundo a Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc),
órgão responsável pelo sistema prisional do estado, o Rio Grande do Norte possui
33 unidades prisionais. Juntas, elas oferecem 3,5 mil vagas para uma população
carcerária de 8 mil presos, ou seja, deficit de 4,5 mil vagas.
Acre e Amazonas
Na quinta-feira (12), presos apontados pelos setores de
inteligência do Acre e
do Amazonas como líderes de facções criminosas chegaram à penitenciária federal
de Mossoró,
na regiõe Oeste do Rio Grande do Norte.
Ao todo, foram 19 detentos que foram trazidos em uma operação especial para o
presídio potiguar - 14 do Acre e 5 do Amazonas. A ação para entrega dos presos
só foi concluída na madrugada da sexta-feira (13).
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