G1 -
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Delegada diz que ainda precisa de perícias para investigar caso (Foto: Reprodução / TV Cabo Branco) |
Bebê era fruto de uma violência sexual e agressor ameaçou os
pais dela.
Garota foi violentada por pessoa conhecida da família aos 14 anos.
Uma mistura de surpresa, revolta e alegria tomou conta de
uma família na cidade de Mamanguape, no litoral norte da Paraíba, na
sexta-feira (23) depois que a filha de 15 anos de um casal que mora na cidade
teve um bebê em casa. Acontece que o bebê era fruto de uma violência sexual, a
família não sabia da gravidez, a menina fez o parto sozinha e, por medo da
reação dos pais, deixou a criança no beco ao lado da casa. A adolescente e o
bebê passam bem na manhã deste sábado (24), mas até que as duas fossem
atendidas por médicos, muitos sentimentos e autoridades foram envolvidos no
caso.
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Adolescente e bebê foram levadas para Hospital de Mamanguape (Foto: Reprodução / TV Cabo Branco) |
A história começou há oito meses, quando a menina tinha
apenas 14 anos e foi violentada sexualmente por uma pessoa conhecida da
família. Segundo o pai dela contou, o suspeito do estupro é uma pessoa próxima
da família e que foi até a casa levar uma encomenda. A menina contou à delegada
da mulher de Mamanguape,
Ranielle Vasconcelos, que estava sozinha em casa quando o homem chegou, a dopou
com alguma substância que a fez desmaiar. Só ao acordar, ela percebeu os sinais
do estupro.
Apesar da violência, a menina não contou nada aos pais e só
descobriu a gravidez aos três meses, quando procurou o suspeito para contar que
esperava um filho. Segundo a delegada, a menina relatou que foi recebida com
ameaças aos seus pais, o que a fez temer revelar a gravidez à família.
Os pais da menina contam que não perceberam a gravidez
porque ela é obesa e acharam apenas que ela tinha engordado mais. O pai revela
que percebeu os pés inchados da filha, mas não imaginou o que estaria
acontecendo, assim como a mãe, que achou que a falta da menstruação da menina
era uma questão normal da idade.
Dores na coluna antes do parto
Na sexta-feira, a mãe conta que a menina acordou reclamando de dores na coluna
e na barriga. Mesmo assim, a adolescente não revelou o que estava acontecendo e
acabou fazendo seu parto sozinha no banheiro da casa, cortou o cordão umbilical
da criança e, sem que ninguém dentro de casa percebesse, deixou o bebê no beco
da casa.
Os pais da adolescente chegaram a ouvir o choro do recém
nascido, mas não desconfiaram de nada. Foi uma pessoa que passava pela rua que
percebeu a presença do bebê e, chamou uma vizinha do casal, que acionou o
Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e o Conselho Tutelar.
Só depois do socorro ao bebê, os pais perceberam que a filha
também precisava de atendimento médico, estava com uma hemorragia e um grupo de
policiais a levou até o Hospital Geral de Mamanguape, para onde o bebê também
foi levado. A partir do atendimento à adolescente, o mistério do bebê começou a
ser desvendado.
Família confusa entre sentimentos
Na manhã deste sábado, os pais da adolescente ainda estavam sob o efeito de
tantas informações: saber que a filha foi violentada sexualmente, que ela
enfrentou uma gravidez escondida e que tinham se tornado avós. Ainda havia a
preocupação com o estado de saúde da filha e da neta, um bebê saudável de 2,4
kg.
“Esquentei muito a cabeça, eu pensei em dar [a neta], mas
depois de conversar com minha família mudei de ideia e já disse que vou cuidar.
É um presente de Natal que Deus me deu, apesar de tudo”, celebra a mãe da
adolescente, garantindo que a neta “é uma menina linda”. “Ela é sangue do meu
sangue”, justifica.
O pai da adolescente disse que ainda não sabe o que vai
fazer em relação ao homem que é apontado como responsável pela violência da
filha. “O cara chegar na casa da pessoa e, por que não tem ninguém, fazer isso
com a menina… Mas estou feliz demais porque é minha primeira neta”, diz,
revelando a mistura de emoções que está vivendo.
A delegada, no entanto, explica que já tem a identidade do
suspeito, mas que será necessário esperar o resultado de perícias para
encaminhar as investigações.
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