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Zinho |
O ex-meia-direita Zinho, natural da cidade de Picuí, na
Paraíba, com passagens pela Portuguesa, Sport e São Caetano nos anos 90 (não
confundir com o tetracampeão mundial Zinho, ex-Flamengo e Palmeiras), foi preso
no município de Tangará (RN), a 82 quilômetros de Natal, na última sexta-feira
(7).
O motivo: uma dívida de pensão para uma de suas filhas, no valor de R$ 52 mil.
Ele ficará preso no Centro de Detenção Provisória de Natal por 30 dias, a não
ser que pague o valor devido à mãe de sua filha (que possui a guarda da menor,
de 17 anos) ou entre em algum tipo de acordo.
Mas não deverá haver qualquer tipo de conciliação. O próprio
advogado do ex-jogador foi quem recomendou que ele se entregasse à polícia, que
bateu em sua porta na quinta-feira (6), com um mandado de prisão expedido pela
Justiça de São Paulo, 2ª Vara da Família do Fórum de Santana, de São Paulo. Ele
se apresentou na delegacia de Tangará no dia seguinte, e foi levado preso para
Natal. E já avisou, por meio de seu advogado: vai ficar os 30 dias preso, pois
não tem como pagar o valor legalmente devido.
Este é apenas o mais recente capítulo de verdadeira batalha
financeira que Zinho trava com sua ex-mulher Fátima Cristine Ventura. O caso
envolve empresas, imóveis, salários, processos na Justiça e supostas mentiras e
traições. Zinho acusa a ex-mulher de ter-lhe tomado todo o dinheiro, e nunca
estar satisfeita. Fátima acusa o ex-jogador de abandonar financeiramente a
filha e ainda lhe deixar com uma série de dívidas.
Do amor até os tribunais
O mandado de prisão cumprido na última sexta-feira foi
proferido porque Zinho não pagava a pensão estipulada pela Justiça, de dois
salários mínimos (R$ 1.760), desde outubro de 2013. “Sim, ele sabe que deve, se
descuidou nesse processo na Justiça lá em São Paulo, ele mora no Rio Grande do
Norte. Mas ele simplesmente não tem esse dinheiro para pagar. Está
desempregado, tem mais dois filhos pequenos, mora de aluguel, e a autora do
pedido de prisão (ex-mulher de Zinho) já ficou com os bens e recursos que ele juntou
ao longo da vida. E ainda se vangloria nas redes sociais pro ter feito isso
(veja imagens abaixo)”, afirma o advogado do ex-atleta.
O ex-meia começou sua carreira no futebol em 1988, quando já
era casado há três anos. Em 1995, em uma casa noturna, conheceu Fátima Ventura,
que se tornou sua amante. A situação perdurou por três anos, até 1998, quando o
jogador encerrou o casamento. No ano seguinte (1999), oficializou a relação com
Fátima, que é psicóloga.
Segundo informações constantes ao longo dos três processos
judiciais que Zinho e Fátima mantêm atualmente um contra o outro, Fátima,
apesar de ser formada em psicologia, não trabalhou ao longo de todo o
relacionamento com o ex-jogador, que foi até 2009. Nesse meio tempo, tiveram a
filha, que hoje tem 17 anos.
De acordo com o advogado de Zinho, a mulher do jogador
passou a cuidar das questões financeiras do marido (eles nunca casaram no
papel, mas adquiriram união estável, desfeita oficialmente no ano passado).
Para jogar no Ceará, em 2001, o atleta foi obrigado pelo clube a criar uma
empresa, para receber como PJ (pessoa jurídica). Quem abriu a firma foi Fátima,
que o fez em sociedade com ele, sendo que detinha 99% da empresa e Zinho, 1%.
Posteriormente, Zinho veio a processar o ex-clube, exigindo
as verbas trabalhistas a que tinha direito. A agremiação cearense, que devia
mais de R$ 150 mil ao jogador de acordo com as contas da Justiça do Trabalho,
entrou em um acordo para pagar pouco mais de R$ 100 mil ao atleta. “Tirando a
parte que foi para o advogado, o resto dinheiro caiu na conta da empresa, foram
R$ 86 mil. E no nome de quem estava a conta da empresa? Da Fátima”, explica
José Cezar Muniz, advogado de Zinho.
Já Fátima Ventura não quis falar com a reportagem. Seu advogado, que conversou
com o UOL Esporte, não comentou este assunto, disse apenas que Zinho “abandonou
completamente o sustento financeiro da filha. Ele diz não ter dinheiro, mas
quem não tem dinheiro pede uma reunião de conciliação, de revisão do valor. Ele
simplesmente parou de pagar. O pagamento mensal de pensão alimentar para menor
de idade é obrigação. Nada tem a ver com qualquer outra questão financeira
envolvendo os pais”, argumentou.
Já a atual esposa mulher de Zinho, Élia Carla, enviou à
reportagem uma foto da casa onde o casal mora hoje em dia, em Tangará (RN). Ela
afirma que o marido não tem como pagar a dívida. “A gente tem dois filhos
pequenos, eu cuido deles e costuro para fora. O Zinho trabalhava na prefeitura
e ganhava R$ 1.300. Hoje, está desempregado. Inclusive quem arrumou o advogado
para defender meu marido foi o prefeito. Como que vamos pagar R$ 1.760 por mês?
Agora meu marido está preso e eu aqui, com mais dois para criar e tendo que
ganhar dinheiro. Isso é justiça?”
Após os 30 dias determinados pela Justiça, sua dívida, que tem atualmente
caráter alimentar, passa a ser uma dívida comum, e sua ex-mulher terá que
entrar com nova ação na Justiça para executá-la. Até lá, ela fica sem pensão e
Zinho fica sem a liberdade.
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