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O ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do
Planejamento, Romero Jucá, afirmaram neste sábado (21) que as primeiras medidas
econômicas não envolverão aumento de impostos, como recriação da CPMF, e a
reforma na Previdência, que aumentaria a idade mínima para o trabalhador se
aposentar.
As medidas que restaram serão anunciadas no final da manhã
de terça-feira (24) para que antes possam ser apresentadas ao presidente do
Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). A previsão inicial era de que elas fossem
divulgadas na segunda-feira (23).
Temer, que recuou da extinção do MinC por pressão da classe
artística, dá agora um novo passo atrás por conta de resistências do Congresso,
responsável por colocar o peemedebista onde está, em aprovar medidas altamente
impopulares.
"Não estamos no momento contemplando aumento de
impostos. Não estamos descartando, dizendo que nunca será aumentado o imposto,
mas no momento não estamos contemplando o aumento", disse Meirelles.
"Não podemos começar a construir um arcabouço de fortalecimento econômico
falando em aumento de impostos. Aumento de impostos é algo que, em tese, pode ser
discutido em um futuro não muito próximo, se for necessário. Não é nosso
cenário agora", disse Jucá. "Nem Previdência e nem aumento da carga
tributária", completou.
Também participou da reunião o secretário de Parcerias do
governo, Moreira Franco, no escritório do presidente em exercício, na zona sul
de São Paulo. No fim da tarde, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco,
chegou ao local.
Juca diz que Temer tem ouvido pessoas importantes de
diversos setores, como Trabuco.
As medidas que o governo anunciará são as consideradas as
mais relevantes, disse Meirelles. "Não há duvida de que medidas anunciadas
na terça feira não vão esgotar tudo aquilo que está em estudo e que poderá ser
anunciado posteriormente", disse. "Vamos anunciar as medidas que hoje
consideramos mais importantes e que serão implementadas imediatamente, no
sentido de, ou serem medidas administrativas e que podem ser simplesmente
executadas, ou medidas a serem propostas ao Congresso Nacional no devido
tempo."
Meirelles afirmou que o governo tem de adotar medidas que
sejam fortes e decisivas. Segundo o ministro, "a conclusão do déficit
maior do que pensávamos acentua a necessidade de medidas mais sérias para que
se possa reverter isso."