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Presidente em exercício assumiu o país prometendo melhorias |
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (25), no maior
patamar em mais de um mês e meio, diante a persistência de preocupações com o
cenário político brasileiro e em meio à cautela pré-feriado dos investidores.
A moeda norte-americana abriu o dia em alta frente ao real
depois da aprovação da meta fiscal pelo Congresso Nacional, mas perdeu força
por causa de preocupações com o cenário político brasileiro, em meio também à
cautela pré-feriado e um fluxo de saída de divisas pela formação da Ptax (taxa
calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais) no
fim do mês.
A moeda norte-americana avançou 0,61%, a R$ 3,5974 na venda,
maior nível de fechamento desde 7 de abril (R$ 3,6937 reais). Veja a cotação do
dólar hoje.
A divida chegou a R$ 3,5520 na mínima e R$ 3,6225 na máxima
da sessão, segundo a Reuters, maior cotação intradia desde 8 de abril (R$
3,6694).
Acompanhe as cotações ao longo do dia:
Às 9h10, queda de 0,27%, a R$ 3,5657
Às 10h, queda de 0,5%, a R$ 3,5573
Às 10h50, queda de 0,21%, a R$ 3,5678
Às 11h40, queda de 0,08%, a R$ 3,5726
Às 13h, alta de 0,88%, a R$ 3,6068
Às 14h10, alta de 0,65%, a R$ 3,5987
Às 15h, alta de 0,95%, a R$ 3,6096
Às 15h48, alta de 0,61%, a R$ 3,5976
"O mercado está sem direção, um pouco perdido. As
cotações ficam muito ariscas porque o (cenário) político está muito
nebuloso", disse à Reuters o operador da gestora de recursos de um banco
internacional.
Aprovação da meta fiscal
A divisa chegou a recuar a R$ 3,55 pela manhã, com o
mercado reagindo após o presidente em exercício, Michel Temer, passar por seu
primeiro teste no Congresso Nacional com a aprovação
da nova meta fiscal para este ano, prevendo rombo de R$ 170 bilhões nas
contas públicas. Mesmo assim, operadores continuavam preocupados com a possibilidade
de o Legislativo dificultar a aprovação de medidas de austeridade fiscal.
O dólar mesta quarta
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O mercado reagiu positivamente à aprovação da meta fiscal
pelo Congresso
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Mesmo assim, seguem as preocupações com o cenário politico
brasileiro
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O movimento do dólar também é influenciado pela briga pela
formação da Ptax e a proximidade do feriado
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O BC não anunciou intervenção pelo 5º dia de negócios
seguido
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A meta foi aprovada em sessão conjunta de deputados e
senadores, após mais de 13 horas. Se o Legislativo não aprovasse a mudança na
meta, o governo teria que cumprir a meta já aprovada para o ano com previsão de
superávit de R$ 24 bilhões.
Muitos operadores temiam que o processo fosse turbulento,
considerando que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) cancelou duas vezes nesta
semana sessão que analisaria o tema. Ainda assim, segundo a Reuters,
investidores continuavam cautelosos em relação às perspectivas políticas
brasileiras e ressaltaram que os esforços para reequilibrar as contas públicas
ainda podem enfrentar muitas dificuldades no Legislativo.
"Agora passou a lua-de-mel e o governo Temer está dando
os primeiros passos no Congresso, começando a tomar as medidas concretas",
disse à agência o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime
Ferreira.
O movimento de compra de dólares também é influenciado pela
proximidade do feriado de Corpus Christi, que manterá os mercados financeiros
fechados na quinta-feira e deve limitar a liquidez na sexta-feira.
O Banco Central não anunciou nenhuma intervenção cambial
para esta quarta, no quinto dia de negócios seguido de ausência do mercado.