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Ela foi ouvida na Delegacia de Repressão aos Crimes de
Informática. O delegado Alessandro Thies pede que informações que possam ajudar
a identificar os suspeitos sejam enviadas ao e-mail alessandrothiers@pcivil.rj.gov.br.
A defesa da adolescente, que acompanhou o depoimento,
afirmou que ela não é usuária de drogas pesadas, como crack e cocaína, mas que
faz uso de entorpecentes. A vítima disse à polícia ter ido à comunidade para um
baile funk na última sexta-feira (20) e permanecido na região até segunda (23),
quando chegou em casa se deu conta que estava sem o telefone celular e
retornou. O estupro coletivo ocorreu na terça-feira (24).
A jovem relatou que acredita ter sido dopada e que, quando
voltou à consciência, estava sendo estuprada por 33 homens.
Um vídeo gravado após o crime, com a vítima nua e
desacordada, foi postado em redes sociais. Ao menos dois suspeitos foram
identificados e devem ter a prisão pedida pela polícia. Um deles, identificado
apenas como Michel, postou a gravação no Twitter na terça-feira (24). No vídeo,
ele e outro rapaz exibem a jovem e fazem comentários que indicam o estupro.
"Amassaram a mina, intendeu (sic) ou não intendeu
(sic)? Kkkkkkkkkk", escreveu o autor da postagem.
Vítima de estupro coletivo em comunidade do Rio é
encontrada; suspeitos são identificados
No início do vídeo, um dos homens afirma: "Essa aqui,
mais de 30, engravidou". Enquanto filmam o órgão genital da vítima, um
deles narra: "Olha como que tá (sic). Sangrando. Olha onde o trem passou.
Onde o trem bala passou de marreta".
O linguajar usado pelos dois homens sugere que sejam pessoas
habituadas a gírias comuns entre criminosos. Além do vídeo, também há ao menos
uma foto de um dos rapazes à frente do corpo da jovem.
A postagem repercutiu no Twitter nesta quarta-feira (25). "Ele
dopou a garota e filmou ela (sic) após o estupro", escreveu uma
pessoa. "Embebedou uma garota a ponto de deixá-la inconsciente,
estuprou e postou um vídeo se vangloriando do ato", postou outro
internauta. "O cara estupra, expõe e se gaba da atitude abominável. O
que ele merece? Cadeia! Denunciem o Michel", escreveu outra pessoa.
Após a repercussão, um dos rapazes que aparecem nas imagens
apagou sua conta na rede social. Antes, porém, ele reclamou das críticas e
ameaçou divulgar mais imagens da vítima.
Pelo menos mais quatro rapazes compartilharam o vídeo — não
se sabe se eles também participaram do estupro ou se limitaram a divulgar o
vídeo —, o que também pode valer punição pela Justiça.
O caso é investigado pelo delegado Alessandro Thiers,
titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que
informou não poder dar detalhes a respeito da investigação, para não expor a
vítima.
Ao longo da noite desta quarta, os perfis das quatro pessoas
que até então haviam divulgado o vídeo foram alvo de críticas de outros
internautas. Eles pedem que ninguém compartilhe as imagens e defendem punição
aos envolvidos. Foram divulgados um perfil no Facebook e um número de telefone
celular que pertenceriam a um dos autores do estupro.