Opinião: O P(r)eso das siglas - Jornal Diário do Curimataú
Franklin Paulino -

Ao entrar em qualquer faculdade, alunos se deparam com inúmeras situações de desconforto, dentre elas, identificar uma série de nomes e siglas que nem mesmo sabem se existem ou se já ouviram falar. Entretanto, faz parte de um ritual ignóbil aos olhos dos excluídos das academias universitárias deste país. Há siglas para tudo. Cada uma têm uma função em que, na maioria das vezes, os estudantes vão se adaptando como uma regra “gramatical”, como uma ordem a ser seguida.

            O fato é que, não obstante fosse, a grade curricular oferecem disciplinas que os alunos cumprem sem nenhuma importância para o curso qual estão fazendo. Referimo-nos, neste caso, às licenciaturas, quais são oferecidas o maior número de vagas neste país. Isto causa uma sobrecarga, principalmente, como fora dito antes, em ingressantes nos cursos. As siglas demonstram um tom de unicidade e simplicidade de controle por parte da instituição. Mera propaganda casual e circular.
            Siglas como PIBIC (programa de iniciação científica) e PIBID (programa de iniciação à docência) UEPB, por exemplo, retratam o carma das bolsas universitárias daquela instituição. Quem faz, sabe as dores que são cumprir com a demanda. Este tipo de bolsa, a quem chamam de “programa”, nada mais é do que um cabide de empregos, sim, porque os discentes que que são comtemplados, as têm como uma forma de salário, não como uma forma de expandir e fomentar conhecimento. Não que seja de todo um mal, mas pelo menos ajuda alunos de baixa renda, quais, mesmo assim, tem de trabalhar em outras atividades para completar a renda.

            Na UFCG encontramos a sigla CDSA no próprio site da universidade que diz sobre a OPPS: Observatório de Políticas Públicas do Semiárido – OPPS / Funcionando na antiga biblioteca do CDSA, o Observatório de Políticas Públicas do Semiárido – OPPS é um programa permanente do CDSA que visa reunir recursos humanos com a finalidade de pensar, formular, avaliar e acompanhar a implementação de políticas públicas no semiárido, buscando ser um ator relevante no cenário local, regional e nacional. Além disso, busca capacitar alunos e docentes na teoria e prática das políticas públicas; dotar os membros do programa de ferramentas para a elaboração de projetos de políticas públicas e apoiar iniciativas relacionadas com o objeto do OPPS no âmbito da UFCG e de outras entidades.” (www.cdsa.ufcg.edu.br/portal/index.php). Entretanto, moramos no semiárido e nunca vimos falar sobre, tampouco a UFCG procurar os pequenos municípios e/ou as prefeituras para implantação desse tipo de programa!
            No movimento estudantil encontramos os DCE´s e os CA´s. Estas siglas, respectivamente, Diretórios Centrais dos Estudantes e Centros Acadêmicos, estão ligados a uma União Nacional dos Estudantes (UNE). Até os dias de hoje nos perguntamos: Porque estes movimentos ficaram travados nos anos 1980 e nunca mais tiveram expressão? Sobretudo em defesa dos estudantes, que ora servem apenas para movimentos festivos regados a muita bebida e “outras” coisas mais, com a calourada que está ingressando na universidade.

            Tudo isto faz peso sobre o aluno. O problema é que as universidades se preocupam apenas com o que está dos muros do campus para dentro. Numa política incessante e mecanicista, onde transformam seres humanos em máquinas frias e calculistas. As siglas são mecanismos de demonstração de poder, como os de partidos políticos. O fato é que as universidades não têm uma política de expansão para fora dela mesma. Todos os projetos bons e bem elaborados são vetados por causa da chamada, “objetividade científica”, deixando de fora as massas populares e servindo como sempre serviu, a uma elite mascarada e preconceituosa. Talvez quando as universidade, principalmente as públicas, infiltrarem-se nas camadas populares e, tornarem-se mais humanas, só assim entenderemos para que servem tanta siglas e menos projetos; tanta burocracia e pouca atitude. De resto, há sabermos quando, de fato, as universidades serão realmente uma realidade do povo brasileiro excluído delas e suas siglas.




Franklin Paulino

Nosso colunista: 
Funcionário Público Estadual (Agente Operacional - CAGEPA), graduando: 7º Período do Curso de Licenciatura Plena em Letras – Língua Portuguesa
Pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB. Habilidades Culturais: desde os fins anos 1989 escreve poemas e crônicas.