Franklin Paulino -
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Pedra do Caboclo e vista parcial da cidade |
Orgulhamo-nos, imensuravelmente de nossa terra querida, Algodão de Jandaíra, que out rora recebera o pseudônimo de “Terra de Zé Américo”. Já chamamos de “Cidade de Poesia”. Há alguns anos atrás puseram-na o inconfundível jargão de “Capital do Bode”. Hoje a tratamos com muito carinho por “Princesinha do Curimataú”.
Com a construção da PB-127, rodovia que liga a mesma à BR-104, logo-logo sairemos do isolamento e, enfim, nos entrosaremos com o resto do Estado. Não é coisa grandiosa de se ver, aos olhos de outras cidades da região, tendo em vista que estamos entre o Brejo, o Agreste e o próprio Curimataú, portanto, vivemos isolados de quase todos. Entretanto, somos suplantados por governos municipais assistencialistas que se alimentam às custas da chamada “miserabilidade”, trazendo a ideia vexatória de que o município é muito pobre e que os recursos são poucos, dando apenas para dar assistência aos carentes.
Temos um legado cultural e ambiental muito importante não só para paraíba, mas, para todo nordeste. Todavia, temos uma biodiversidade razoavelmente conservada, dado ao custo de não termos tido uma exploração urbana tal qual as demais cidades desta região. Na mão paralela, temos um acervo histórico-cultural salutar, principalmente, em se tratando do Sítio Jandaíra, terras que foram de propriedade dos pais de José Américo de Almeida, e depois herdada pelo mesmo. Entre os casarões dos fins do século XIX, somada a emergente força econômica do algodão (cotonicultura) nos meandros do século XX, é portanto, a partir desses dois referentes que surgiu o nome de nossa cidade, um lugar muito rico em Algodão da fazenda Jandaíra.
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Poeta Geraldo Trindade |
Em entrevista com dois artistas locais de gerações e estilos diferentes, um, Sr. Geraldo Trindade, 66 anos, repentista e poeta popular há 50 anos, e outro, Carlinhos Freitas, 26 anos, instrumentista e vocalista da banda de rock pop Jan57, desta cidade, vimos, de acordo com questionamentos elaborados para ambos, que os mesmos chegaram a mesma discussão sobre o tema cultura: Que não fazem arte por dinheiro, mas por prazer; Que faltam incentivos privados, mas, principalmente, incentivos por parte dos governos em relação à cultura.
A cidade que queremos está longe da riqueza cultural e rústica de outrora, mesmo assim, cultura antecede à educação, uma não vive sem o outra, dessa maneira, a Princesinha do Curimataú não deixa de ter o seu charme peculiar, nem que para tanto, vivamos a sonhar intensamente ao ponto de nos tornar utópicos. Infelizmente elegemos oligarquias, não propostas, e continuaremos com representantes compromissados apenas com campanhas eleitorais.
Franklin Paulino
Nosso colunista:
Funcionário Público Estadual (Agente Operacional - CAGEPA), graduando: 7º Período do Curso de Licenciatura Plena em Letras – Língua Portuguesa
Pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB. Habilidades Culturais: desde os fins anos 1989 escreve poemas e crônicas.