Principal aposta para aumentar a oferta de etanol no país, o etanol celulósico – combustível produzido a partir do bagaço, folhas, cascas e outros resíduos da produção de cana-de-açúcar, é a estrela do Ethanol Summit, que começa hoje em São Paulo. A expectativa do setor é que o etanol de segunda geração aumente a produção nacional desse combustível em mais de 50%, sem necessidade de expansão da área de plantação.
Alfred Swarcz, o consultor de Emissões e Tecnologia da Unica, lembra que o etanol de segunda geração é uma opção complementar à produção tradicional de etanol. "No início, os números serão modestos, com tendência a crescer. Mas nos próximos anos, com a disseminação da tecnologia, o etanol de segunda geração vai fazer a diferença e o mercado vai olhar com mais interesse", argumenta. "Estamos em um bom caminho".
Segundo Swarcz, os estados que são os principais produtores de etanol tradicional, de primeira geração, também poderão se tornar os principais para etanol celulósico: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Alagoas e Pernambuco estão no páreo.
Com investimento de R$ 350 milhões, ela terá capacidade de produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. A meta da Granbio é produzir 1 bilhão de litros/ano de etanol de segunda geração até 2020. Segundo o executivo, a empresa deve anunciar ainda neste ano a instalação de uma segunda unidade de produção de etanol de segunda geração. "Já estamos estudando um local ".
A Granbio apoia seu plano de negócios nas previsões de consumo de etanol da Unica, que prevê que os atuais 22 bilhões de litros consumidos no mercado interno saltarão para algo entre 47 bilhões e 68 bilhões de litros em 2020.
"Além da frota flex, temos ainda a mistura com a gasolina, que cria uma demanda maior do que a produção tradicional pode atender”, explica Hiltner. Fora isso, os produtores estão mirando o mercado norte-americano. O custo de etanol de segunda geração deve ser 20% mais baixo que o de primeira geração.
A Granbio é uma das grandes apostas do BNDES para tornar viável economicamente o etanol de segunda geração. Tanto que o banco aportou R$ 600 milhões no projeto e analisa atualmente seis outros projetos do combustível.